28/02/2017

Sem conexão

O único som que se ouvia naquela escuridão era o barulho da chuva, tentei encontrar uma estrela no céu mas o nublado camuflava seu brilho tornando impossível de se ver alguma. A chuva caía serenamente, lavando as impurezas do ar e banhando as plantas de uma forma graciosa. Não havia energia em casa e tudo ao meu redor virou uma obra de arte a luz de velas. Fui para a varanda e sentei-me numa cadeira, fiquei horas observando as luzes da cidade lá longe. Aquelas luzes distantes me fascinam, e fico me perguntando o que deve tá acontecendo ali enquanto estou no escuro daqui, sozinha. Vez ou outra um carro passava pela rua escura e seu farol iluminava as flores que transbordavam nos muros do vizinho, tudo aquilo era lindo.
O tempo estava frio, então resolvi ir na cozinha fazer uma comida quente para comer e me confortar na solidão que me rodeava  naquele ambiente calmo que me deixava numa paz de espírito tão forte. Depois de um tempo fui comer a sopa que preparei ao som de Bob Dylan. São pequenos momentos como esse que você para pra pensar o quanto a vida é bela, não é? Ter um tempo só para si, sem nenhuma conexão, apenas você com a chuva, comida quente, música, e uma bela visão para se sentir confortável com tudo que existe ao redor, desde o mais pequeno vaga-lume até o mais estrondoso dos trovões.