Dançando nos espinhos de uma rosa

Meus pés estão doendo e todo o meu ser sangra como a cor e a ternura de uma rosa. Danço nos espinhos, eles me furam, mechem com minha cabeça e me deixa horrorizada. Mas continuo dançando, meu pranto vai escorrendo e lavando minha alma por dentro, meus cabelos se convergem com o vento hialino que segue sua direção sem uma sina.
A rosa está logo ali, posso vê-la ainda no seu desabrochar. Ela está me esperando, posso sentir seu aroma que suaviza tudo ao seu redor como uma espécie de feitiçaria.
Continuo dançando nos espinhos de uma rosa, na tortura do aroma e da melodia que me fazem prosseguir e levar-me para aquelas pétalas vermelhas.
Percebo que já pisei em todos os espinhos, já não falta mais nenhum. A dança acabou.
Pousei-me em uma pétala sanguínea que agora mantém-se fortemente, assim como eu. Aqui, nesse nanico paraíso dentro de uma flor, sou uma vitima da intensa magia dessa formosura que outrora, só havia espinhos no meu campo de visão...